Projeção de inflação para 2023 e 2024 cai; estimativa para o PIB deste ano também recua
Texto comentado por Bruno de Queiroz - Diretor Executivo da Galeazzi & Associados
Tenho insistido bastante sobre a questão dos juros altos no Brasil (hoje, o juro real do país é o maior do mundo) e continuo a analisar as previsões para 2024, levando em conta como está sendo finalizado este 2023.
No Boletim Focus, relatório feito pelo Banco Central do Brasil, há uma previsão de recuo no IPCA em 2024 para 3,91%. Já na Selic não houve mudanças nas projeções, a taxa será de 11,75% neste fim de ano e 9,25% em 2024. A estimativa do PIB manteve-se estável (antes 2,89%, agora 2,85% em 2023).
Com relação à inflação, o movimento observado mostra que a estratégia adotada pelo Banco Central trouxe os resultados esperados, embora com importantes efeitos colaterais. Porém, sabemos que a inflação, mesmo nesses níveis, pode ser um fator desafiador na economia, já que é comum o repasse desse custo para os preços, gerando uma pressão inflacionária importante para toda a cadeia produtiva.
Com relação aos juros, sou particularmente menos otimista do que as previsões e, salvo melhor juízo, vejo com dificuldades chegarmos a um juro de um dígito no final de 2024, especialmente com o déficit fiscal que aponta para o próximo ano. A verdade é que, apesar dos impactos midiáticos, não temos feito nosso dever de casa nesse campo e ainda temos um cenário de certa instabilidade.
Por fim, com relação ao PIB, nosso desempenho continua a ser modesto e aquém do potencial. Temos uma economia que poderia apresentar resultados muito melhores do que os vistos, mas nosso ambiente legal ainda causa muita incerteza e o ambiente econômico ainda é muito volátil.
Reitero que empresários e conselheiros devem se preparar para o que vier.
Falando especificamente de conselhos, chegou a hora dos líderes desenvolverem suas estratégias para o ano que vem e também um plano de contingência para eventuais mudanças.
Como estão os preparativos para 2024?
(Fonte: Infomoney, 2023)