Texto comentado por Claudio Santos - Diretor Executivo da Galeazzi & Associados

Temos observado uma série de movimentos da Qualicorp nas últimas semanas, como a queda de 80,9% no lucro do terceiro trimestre de 2023 na comparação com o ano anterior, o desinvestimento na startup Escale, parceria em vigor desde 2021, e a demissão de cerca de 600 funcionários.

Entendo que manobras como essas sempre chocam e parecem escancarar quão sensível é a situação da companhia. No entanto, o processo de reestruturação de uma empresa em crise financeira é complexo e exige clareza nos objetivos e na estratégia adotada. Nesse sentido, costumeiramente, a primeira decisão a ser tomada é a busca por redução de custos, seja por meio da eliminação de departamentos, pela demissão de pessoal ou fechamento de lojas.

Mas esse processo está sendo combinado com uma interessante movimentação de negócio, já que, de acordo com o presidente da empresa, embora uma elevada quantidade de pessoas tenha sido demitida, outras foram chamadas para compor o time, com o objetivo de focar na ampliação de tipos de plano de saúde por adesão.

Sim, pois sabemos que para garantir uma reestruturação adequada, não basta redução de custos. Muitas vezes, após a identificação dos problemas e áreas não rentáveis, é preciso que os líderes da reestruturação estejam prontos para sugerir a diversificação de produtos ou serviços, ou mesmo a expansão estratégica em novos mercados, em nome da eficiência operacional e da otimização da alocação de capital.

No caso da Qualicorp, todas essas estratégias estão sendo utilizadas, o que pode gerar uma redução de custos de R$120 milhões, segundo estimativa apresentada nesta matéria do Valor Econômico. Veja só como há uma série de caminhos possíveis quando há um processo de reestruturação. Vai dar certo? Seguimos acompanhando.

(Fonte: Valor Econômico, 2023)

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